Reconciliação

Existem várias passagens na Bíblia que afirmam que o ser humano se constituiu inimigo de Deus (veja-se como exemplo Romanos 5:6-10). Somos inimigos de Deus quando:

– Fazemos alguma coisa que sabemos que não agrada a Deus.

– Somos agressivos com os filhos de Deus ou com a criação.

– Apoiamos ou aplaudimos o trabalho do diabo.

– Mostramo-nos publicamente como inimigos de Deus.

Esta inimizade com Deus remonta desde a queda de Adão, que veio separar o homem de Deus. Sabemos que, no que diz respeito à nossa própria natureza, não somos merecedores da salvação, não porque o pecado de Adão tenha por si só repercussões na nossa vida, mas sim porque herdámos a sua natureza pecaminosa. De facto, podemos pensar que conseguimos conduzir-nos em santidade pelos nossos próprios meios, mas só podemos pensar isso quando nos comparamos com as outras pessoas, que são, tal como nós, falíveis. Quando nos comparamos com Deus, que não tem pecado, percebemos que não somos merecedores da compaixão de Deus.

A verdade é que o ser humano consegue ele próprio fazer boas obras, no entanto, não consegue deixar de fazer o mal sem a ajuda de Deus.

Contudo, o amor de Deus por nós excede todo o nosso entendimento, pelo que Deus enviou Jesus para morrer no nosso lugar, para que nós nos pudéssemos reconciliar com Deus.

Reconciliação significa “fazer algo de uma maneira diferente”, e tem como objectivo voltar a unir-nos com Deus, invertendo a nossa rebelião contra o Pai. No entanto, vários obstáculos se levantam contra a reconciliação. De entre estes destacam-se o orgulho e a vergonha que, embora sejam muito diferentes entre si, possuem o mesmo efeito: afastar-nos de Deus. De facto, se por um lado o orgulho afirma que o ser humano não precisa de Deus, a vergonha diz-nos que não somos merecedores do amor de Deus.

Quando pensamos em reconciliação, deve vir-nos logo à ideia a cruz, onde Jesus morreu no nosso lugar para remissão dos nossos pecados. Deus é amor, mas também é justo e santo, e foi, como tal, na cruz que os nossos pecados foram perdoados sem que as normas de santidade de Deus fossem postas em causa.

Jesus é a porta que nos leva ao Pai, mas existem outras portas que tentam captar a nossa salvação e que nos prometem a felicidade, como o poder, o prazer e a paixão. Essas portas, no entanto, nada podem fazer por nós, pois só Deus é que pode verdadeiramente satisfazer as nossas necessidades. Assim, podemos concluir que o pecado (que rompe a nossa relação com Deus e com os outros) é a procura daquilo que só Deus nos pode dar nos lugares errados.

A decisão de aceitar Jesus é nossa, e Deus nos ama tanto que nos dá o livre arbítrio para escolhermos ou rejeitarmos a salvação. De facto, Deus fará tudo o que seja preciso para sermos salvos, excepto forçar-nos a aceitar a salvação.

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